COMUNIDADES CARENTES
Um empreendedor social trabalha para amenizar deficiências socioambientais, utilizando uma visão inovadora e arquitetando projetos eficazes para mudar a vida de comunidades carentes. Em uma sociedade em que as administrações públicas nem sempre são eficientes, as ONGs se destacam como possíveis parceiras por contarem com o conhecimento especializado de pessoas que muitas vezes vivenciam os problemas de perto. Nessa nova vertente de negócio, o lucro não é o objetivo final.
Foi o caso do economista e ganhador do Nobel Muhammad Yunus, de Bangladesh. Ele percebeu que os bancos taxavam empréstimos com juros altos para pessoas pobres, pois não davam garantias de retorno — e acabavam dependentes de bancos e agiotas. Yunus criou o Banco Grameen para emprestar microcrédito a juros baixos. Com isso, ajudou mais de 12 milhões a saírem da linha da pobreza e a taxa de retorno do banco foi de 98,85%. A história destaca duas características importantes do empreendimento social: não é caridade e não depende necessariamente de voluntários.
Um negócio social não deve ser assistencialista e sim dar amparo para que o indivíduo trabalhe por melhorias. Além disso, é necessário condições para que iniciativas com esse perfil deem certo: estruturação de um projeto sólido e eficiente, construído por pessoas capacitadas e inovadoras, com uma equipe assalariada, pelo menos o núcleo. O empreendedor social deve avaliar seu projeto tal qual avaliaria um negócio privado. Se atingiu os objetivos, se é viável economicamente e principalmente de que forma transformou a vida das pessoas envolvidas. Apesar de não ter fins lucrativos, se deve ficar atento ao mercado, sem perder de vista sua missão.
Fim