Comunicação organizacional e interpessoal
Se uma pessoa ficar isolada de seus semelhantes, com alimentação e conforto físicos garantidos, mas privada de qualquer forma de contato com o mundo exterior, tenderá a apresentar rapidamente sintomas de ansiedade. Uma manifestação básica dessa ansiedade será a necessidade de falar com outros. Durante algum tempo, isso poderá ser atenuado por um monólogo, em pensamento, ou em voz alta, e mesmo pela criação de interlocutores imaginários.
Mas, com o prolongamento da situação, a fala e o próprio pensamento deverão ficar desconexos e a pessoa começará a perder o autocontrole. Se a situação não for remediada a tempo, haverá uma desagregação psicológica, acompanhada de descontrole orgânico. O modo de remediá-la é fácil e evidente: basta romper o isolamento em que a pessoa se encontra. Com isso, ela poderá satisfazer a uma necessidade humana básica: comunicar-se.
Se, no entanto, duas pessoas desconhecidas entre si forem deixadas no mesmo ambiente, com ordens de não trocarem uma palavra e se ignorarem mutuamente, o resultado será diverso. E, breve começarão a aparecer sinais de tensão entre elas e se verificará que é praticamente impossível quem uma ignore a presença da outra. Os menores gestos passarão a ser observados atentamente; cada qual procurará interpretar o comportamento do outro e encontrar-lhe um sentido. Não demorará muito para que cada um comece a orientar suas atitudes em função das do outro: haverá comunicação entre ambos, por mais que se queira evitá- lo. Os gestos e o comportamento dos dois passam a ser mensagens involuntárias, e cada qual se converte num emissor e receptor dessas mensagens.
De modo geral, nas situações em que há mais de duas pessoas envolvidas (isto é, nos grupos), cada comportamento se orienta em relação ao dos demais. Nos grupos organizados, em que seus membros ocupam posições bem definidas, existem regras que orientam esse comportamento. O que está em jogo é novamente a comunicação, que forma uma rede entre os membros