Comunicação interventricular
1. INTRODUÇÃO
As cardiopatias congênitas constituem um grupo de numerosas lesões que se situam em diferentes locais do aparelho circulatório, com gravidade variável (Quilici et al, 2009). São anomalias resultantes de defeitos anatômicos no coração ou na parede circulatória que comprometem suas funções. Esses defeitos resultam da má formação do coração ou dos vasos próximos do coração que não se desenvolvem normalmente antes do nascimento. No grupo dessas numerosas lesões cardíacas tem-se a Comunicação Interventricular (CIV) que é definida como a ausência parcial de tecido septal, o qual permite a comunicação entre os ventrículos, permitindo que o sangue que se encontra no ventrículo esquerdo passe para o direito, já que as pressões das cavidades esquerdas são maiores. Desta forma, ocorre um hiperfluxo pulmonar, podendo levar a uma situação de hipertensão nos pulmões. Quando isso ocorre, o sangue passa do lado direito para o esquerdo (as pressões se invertem). Como o sangue do lado direito ainda não chegou ao pulmão, portanto não foi oxigenado, aparece o sintoma de cianose. A CIV pode ter vários tamanhos e localizações. O exame clínico mostra um sopro rude, áspero em todo o tórax do pequeno paciente.
2. EPIDEMIOLOGIA
As cardiopatias congênitas apresentam uma incidência de aproximadamente 8/1000 recém-nascidos vivos, onde tais apresentam pequenos defeitos que podem passar despercebidos no exame físico de rotina. Dentre todas as malformações, o defeito do septo ventricular é o mais comumente detectado, seja pela repercussão clínica de insuficiência cardíaca precoce, quando o defeito é de grandes dimensões, seja pela ausculta exuberante presente nesta malformação. A freqüência deste defeito é de aproximadamente 35% dentre as cardiopatias congênitas, ou 2-6/1000 recém-nascidos vivos. Nos últimos anos tem sido observado aumento na sua prevalência, e uma das razões para isso é a facilidade de diagnóstico por meio da