Comunicação Comunitaria
e na América Latina a origem da comunicação popular, a qual se constrói exclusivamente como um processo baseado em ações dos grupos populares. “Essa ação tem caráter mobilizador coletivo na figura dos movimentos e organizações populares, que perpassa e é perpassada por canais próprios de comunicação.” 6
Assim, a comunicação popular se apresenta, exclusivamente, como meio de articulação ou legitimação das ações de determinados movimentos ou grupos populares, uma vez que permite dar vazão à expressão daqueles que a pesquisadora chama de “segmentos excluídos da população”, mas que já estão organizados e em processo de construção das suas lutas e reivindicações.
Em outro texto, Peruzzo cita como exemplo o fato de que muitos movimentos populares, com o passar dos anos, começaram a transmitir, em emissoras comerciais, programas por eles produzidos em espaços cedidos ou vendidos. “Por exemplo, mais de trezentos programas de trabalhadores rurais são transmitidos no país. E o programa A Voz da Contag, da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura, é enviado para cerca de seiscentas emissoras.” 8
Desejos coletivos
Embora muito próxima da comunicação comunitária e, por vezes, a ela diretamente ligada, a comunicação popular parte do grupo já organizado ou em permanente organização.
Ou seja, o sujeito naquele espaço sabe o que deseja, tem suas bandeiras bem delineadas e precisa expressá-las para outros indivíduos e grupos.
Na comunicação comunitária, porém, a relação é outra. Os grupos ou pessoas não necessariamente têm bandeiras estabelecidas – eles fazem uso ou passam a fazer uso dos instrumentos de comunicação para se constituírem, tanto como indíviduos quanto como grupo ou coletivo. A comunicação vem como estratégia