Comprometimento do Nervo Radial na Epicondilite lateral (Cotovelo de Tenista)
Introdução
Conhecemos bem a patologia músculo-esquelética em causa como sendo uma das síndromes mais frequentemente vistas nos cuidados primários, tanto em homens como mulheres(1). Sabemos que os utentes com epicondilite lateral têm, tipicamente, mais de 40 anos e uma história anterior de sobre-uso da articulação do cotovelo e da musculatura extensora do punho e dedos e supinadora do antebraço com origem na repetição de movimentos durante a sua actividade profissional ou de lazer(2). Daí que a designação de Cotovelo de Tenista seja redutora, visto que a percentagem de acometimento desta patologia em desportistas (5%) seja muito menor em relação à população adulta (35-55 anos) com sintomatologia insidiosa (95%)(3). Assim alguns autores designam-na por epicondilose, epicondalgia lateral ou tendinopatia epicondilar pelo processo degenerativo das fibras tendinosas do extensor curto radial do carpo (ECRC) e do extensor comum, incluindo sinais de envolvimento neurogénico (resultado de mediadores da dor localizados nas fibras mielinizadas sensitivas e níveis elevados de glutamato, neovascularização e alterações na morfologia das fibras musculares) originando dor na região lateral do cotovelo – epicôndilo lateral(4, 5). Há assim, na literatura, evidência de que, aquando desta patologia pode surgir o comprometimento do nervo radial(6, 7). O que se propõe é verificar a relevância desta informação, apontando a explicação baseada na anatomia e fisiologia das estruturas envolvidas assim como nos princípios da mobilização do sistema nervoso.
Epicondilite lateral e nervo radial – que relação?
O que se verifica numa “tradicional” epicondilite é o comprometimento dos músculos ECRC, extensor comum do punho e dedos e supinadores do antebraço.
Se olharmos para as descrições anatómicas do cotovelo, antebraço e punho, verificamos que a interacção das estruturas nervosas e musculares é constante. No