Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho

1- INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, o mundo do trabalho passou por modificações na sua organização produtiva. O capitalismo que tinha como principal método de organização da produção o fordismo, se reestrutura num modo conhecido como toyotismo, que entre outras coisas, ao passo em que diminui a repetição exclusiva de movimentos - típica do fordismo - aumenta a carga de trabalho na maioria dos casos.
Essa alteração na organização da produção - e de todos os trabalhos, consequentemente - tem uma relação importante com as alterações epidemiologicas das doenças relacionadas ao trabalho.
Nesse sentido, uma das doenças que mais aumentou, atingindo o posto de principal afecção ligada ao trabalho, foi o grupodas DORT (LER).
Os desequilíbrios entre as exigências das tarefas e as margens deixadas pela organização do trabalho para que o trabalhador, durante a atividade, mobilize as suas capacidades dentro das suas possibilidades, estão na origem dessas doenças.
Os sintomas e sinais musculoesqueléticos não são os únicos efeitos dos desequilíbrios vivenciados pelos trabalhadores, pois o trabalho repetitivo também pode estar associado com o aparecimento de transtornos psíquicos.
Na década de 90, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) tornaram-se as afecções ocupacionais mais importantes em nosso meio. Em Minas Gerais, 1997, 80% dos casos auxílio-doença acidentário concedidos pelo INSS foram devidos às LER/DORT, e em 2005 representou 38,1% das doenças ocupacionais de notificação obrigatória na Europa (EASHW, 2010). 2- DEFINIÇÃO
O termo Lesões por Esforços Repetitivos (LER) designa as alterações musculoesqueléticas do pescoço, dorso e membros superiores, cujas causas estão relacionadas à realização de atividades ocupacionais e às condições de trabalho.
No Brasil, a Norma Técnica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre os distúrbios osteoarticulares relacionados ao trabalho, Ordem de Serviço 606, de 05/08/98 (Brasil/Diretoria do