Compreensão psicanalítica das fobias numa vertente Freudiana.
Kilda Godinho Freire kildagodinho@me.com Técnicas Psicoterápicas: Psicanálise – Professora: Luana Timbó
Introdução
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) a fobia é caracterizada como: “Grupo de transtornos nos quais uma ansiedade é desencadeada exclusiva ou essencialmente por situações nitidamente determinadas que não apresentam atualmente nenhum perigo real. Estas situações são, por esse motivo, evitadas ou suportadas com temor [...].”
Falando como senso comum e de uma maneira mais geral, a fobia pode ser definida como um medo excessivo e irracional que faz com o indivíduo evite estar perto ou entrar contato com elementos relacionados ao objeto fóbico.
Esse artigo procura descrever a personalidade fóbica, investigar e se aprofundar em estudos pscanalíticos sobre o tema e responder a questionamentos (O que é fobia? Quais são suas causas? Qual o seu papel enquanto sintoma?) sob o olhar da psicanálise, mais especificamente um olhar da psicanálise Freudiana.
1. O conceito de fobia na obra de Freud
Em 1894, Freud procura explicar as neuropsicoses de defesa (histeria, neurose obsessiva e fobia) e descreve a fobia como uma defesa estruturada de forma inconsciente, o que faz com que o indivíduo consiga lidar com idéias incompatíveis que persistem em vir à tona na cosciência.
“A tarefa que o eu se impõe, em sua atitude defensiva, de tratar a representação incompatível como “non-arrivé”, simplesmente não pode ser realizada por ele. Tanto o traço mnêmico como o afeto ligado à representação lá estão de uma vez por todas e não podem ser erradicados.
Mas uma realização aproximada da tarefa se dá quando o eu transforma essa representação poderosa numa representação fraca, retirando-lhe o afeto – a soma de excitação – do qual está carregada. A representação fraca não tem então praticamente nenhuma exigência a fazer ao