Compras - efeito chicote
MÁRCIO PAES
Dentro do formato tradicional de planejamento da demanda, cada elo da cadeia de suprimentos procura gerenciar a sua demanda e seus estoques individualmente, sem cooperação de planejamento entre as demais empresas.
Muitos são os fatores que influenciam as decisões relacionadas as demandas individuais de cada integrante: previsão adequada da demanda; tempo de ressuprimento entre a apresentação do pedido ao fornecedor e o recebimento efetivo do pedido; se o pedido é entregue em único lote ou mais de um, falhas no controle do estoque.
Tanto a previsão de vendas, quanto a gestão de estoque são carregados de equações matemáticas para assegurar que não haverá ruptura de fornecimento ao seus clientes, nem ter estoques excessivos. Acontece que, mesmo com modelos matemáticos, os fatores que acabei de citar podem variar enormemente.
Para compensar essa variação cada elo da cadeia mantém um estoque de segurança, que são quantidades extras de estoque para não faltar produto.
Na década de 60 Forrester, analisando a cadeia de suprimento de cervejas nos EUA, identificou que em alguns períodos os estoques eram excessivos por toda a cadeia, em outros havia falta de produto. Ele denominou este fenômeno de “efeito chicote”, devido a forma do gráfico.
Observe esta figura. Ela permite ter uma visão geral deste fenômeno. A linha vermelha indica a demanda de cada agente.
Um varejista, procurando evitar ruptura (falta de produto) em sua loja, mantém um estoque de segurança pelos motivos já indicados. O atacadista para garantir que não faltará produto para o seu cliente (o varejista), faz o mesmo, deixa disponível um estoque de segurança.
A demanda total do varejista é: demanda do seu consumidor final, mais o seu estoque de segurança.
A demanda total do atacadista é: esta demanda do consumidor final do varejista, mais o estoque de segurança do varejista, mais o seu próprio estoque de