Comportamento ocupacional
Os homens que construíram o capitalismo brasileiro neste século
Cláudia Vassallo, de
Quem são os maiores empreendedores brasileiros deste século? Quais os homens que fizeram a diferença na construção e na reconstrução do capitalismo nacional? A EXAME fez essas perguntas a dezenas de representantes do mundo corporativo ao longo das últimas semanas. Foram ouvidos presidentes de empresas, consultores, economistas, professores universitários, headhunters, sociólogos. Toda a redação também se envolveu nas discussões sobre a lista. Ao final, sobraram 20 nomes cujos perfis aparecem nas próximas páginas.
O resultado vai muito além de histórias pessoais e isoladas, construídas com base em trabalho, perseverança e inovação. O que se tem é o retrato das extraordinárias mudanças pelas quais o Brasil passou no decorrer dos últimos 100 anos. Nada - ou quase nada - sobrou do país de Francesco Matarazzo, o personagem que abre a série dos 20 empreendedores nacionais. Em 1902, quando o imigrante italiano que mais tarde ganharia o título de conde fundou a Metalúrgica Matarazzo, o Rio de Janeiro era a capital da República, o café ainda era a base da economia e toda a população do país era formada por não mais que 18 milhões de pessoas. O Brasil de empreendedores como Jorge Paulo Lemann, Jorge Gerdau e Abilio Diniz é outro. É o país que, cada vez mais, tenta se movimentar de acordo com a lógica do mundo globalizado. (Os personagens foram organizados em ordem cronológica a fim de retratar essa evolução.)
Três banqueiros aparecem na lista: Amador Aguiar, do Bradesco; Olavo Setubal, do Itaú; e Walther Moreira Salles, do Unibanco. Há também três representantes da mídia: Assis Chateaubriand, o polêmico criador dos Diários Associados e pioneiro da televisão no país; Victor Civita, o fundador da Editora Abril, que edita a EXAME; e Roberto Marinho, das Organizações Globo. Sebastião Camargo, da Camargo Corrêa, e Norberto Odebrecht, da Odebrecht,