complexidade e mudanças
Construindo novas percepções na gestão sob a luz da Nova Ciência
Antônio Sales Rios Neto www.antoniosales.blogspot.com Resumo
Este trabalho reflete sobre as visões de mundo – mecanicista, econômica e complexa – que estão competindo na atualidade e mostra que os atuais modelos de organização derivados do paradigma newtoniano-cartesiano são incapazes de promover as mudanças transformadoras necessárias a um mundo que vive uma crescente crise sócio-ambiental. Destaca a necessidade de uma profunda reforma no sistema de pensamento predominante na cultura atual – uma passagem do pensamento linear, que é competitivo, excludente e predatório, para o pensamento complexo, que é cooperativo, includente e integrador. Considera a relevância de uma nova concepção do ser humano como cocriador da sua realidade. Sugere que a partir de um novo enfoque integrativo entre conhecimento e aprendizagem, de uma nova liderança facilitadora dos processos organizacionais e da introdução do diálogo na construção da aprendizagem organizacional será constituída uma melhor estratégia para a mudança nas organizações, utilizando-se da Teoria da Complexidade, também conhecida como Nova Ciência.
1. Introdução
(...) nossa capacidade de olhar crítica e criativamente para o mundo encontra-se anestesiada, e aceitamos que, na essência, as coisas são do jeito que são. Parece que quanto mais nos tornamos receptivos às mudanças superficiais, mais cegos ficamos para o potencial de verdadeiras mudanças, mudanças de essência, de fundo. (BAUER, 1999, p. 9).
O contexto de profunda mudança no qual a humanidade está inserida atualmente é a tônica deste trabalho. O mundo passa por uma mudança de época, como já ocorreu em raros momentos da odisséia humana, o que comumente se conhece por grandes revoluções civilizacionais, como da caça e pesca, agrícola, industrial, e a atual, que alguns denominam sociedade da informação, mas que na verdade ainda parece