Comparação "Rede de Intrigas" e "História da Beleza"

Quando se fala em comunicação no século 21, a palavra que a define é transição. Assim também é para os padrões de beleza e estética. Uma sociedade cada vez mais exigente requer que esses dois mundos não se acomodem e que se mantenham em constante transformação, sendo essa transformação dependente tanto da própria sociedade como dos meios. Assim demonstram os textos “Rede de Intrigas” de Robert Darnton e “História da Beleza” de Georges Vigarello nos contextos dos séculos 18 e 19 respectivamente, contendo, entre si, muitas conexões. O livro Rede de Intrigas do professor Robert Darnton tem, primeiramente, o objetivo de demonstrar e discutir como a fofoca, os folhetins e as canções populares influenciavam e movimentavam as notícias na França do século 18. O autor expõe que cada era foi, à sua maneira, uma era da informação e que os sistemas de comunicações sempre moldaram os acontecimentos, refutando o argumento de que o século 20 seria, supostamente, a era da informação. Dito isso, o Darnton parte de exemplos, com o foco em Paris de 1750, que fazem parte da construção da história da comunicação, demonstrando como as sociedades compreenderam os acontecimentos e como os transmitiram.
No caso, o governo da época era extremamente controlador em relação às notícias e a censura estava em alta. Assim, o texto questiona como as pessoas se informavam. A árvore de Cracóvia era um dos meios e era conhecida por reunir transmissores orais, também chamados de “nouvellistes” que se encontravam de baixo de uma árvore. Havia também os cafés onde os frequentadores soltavam a língua e, para peneirar as informações, Madame Doublet era o lugar para se encontrar e discutir notícias confiáveis. Em 1750, inclusive, já circulavam inúmeros folhetins da Madame pelas ruelas de Paris. Além das fofocas passadas oralmente e dos folhetins, as canções populares também tinha seu espaço nas rodas dos lugares públicos e deram muito trabalho para a censura, como no “Caso dos 14”. Assim, Darnton