Comparação entre socrática e sofística
Com tal habilidade (a de creditar tudo o que dizem), os sofistas, então, construíam carreira como uma espécie professor, vendendo seus conhecimentos na arte de debater e na arte da eloquência. Eles se tornavam emissores do conhecimento, e seus pupilos, receptores. O clássico modo de disseminação vertical da informação, passado de um meio A para o meio B, sem dialética.
Sócrates faz justamente o oposto, e transforma em discurso a realidade que se apresenta a ele. O filósofo, por meio de indagações, desconstrói o caráter humano até restar, em essência, um ponto fundamental em questão, a partir do qual começava a reconstruir hipóteses sobre suas definições, buscando o verdadeiro conhecimento. Como dito em trecho do texto “Defesa De Sócrates” , escrito por Platão e traduzido por Jaime Bruna, “Eu nunca fui mestre de ninguém, conquanto nunca me opusesse a moço ou velho que me quisesse ouvir no desempenho de minha tarefa. Tampouco falo se me pagam, e se não pagam, não; estou igualmente à disposição do rico e do pobre, para que me interroguem ou, se preferirem ser interrogados, para que ouçam o que digo. Se algum deles vira honesto ou não, não é justo que eu responda pelo que jamais prometi nem ensinei a ninguém. Quem afirmar que de mim aprendeu ou ouviu em particular alguma coisa que não todos os demais, estais certos de que não diz a verdade” .
Retomando a metáfora futebolística, podemos dizer que Sócrates “brincava de embaixadinhas”