Comparação dos funerais: ILIADA E ODISSEIA DE HOMERO
Funerais nos dois poemas épicos: Ilíada e Odisseia (comparação)
Com efeito, a partir de tais dados, podemos observar tanto na “Ilíada” quanto na “Odisseia” homéricas a importância de sepultar os mortos. Os ritos funerários, então, se mostram essenciais, pois é essa prática que garante ao morto as honras que lhe são devidas e sua passagem definitiva ao Hades. Um dos exemplos da importância dos funerais na Ilíada é quando o Príamo vai até Aquiles pedir o corpo de seu filho Heitor para que este não permaneça insepulto. O seu apelo é tão comovente que Aquiles cede, chorando, com a ira arrefecida. Aquiles promete trégua pelo tempo necessário para o adequado funeral de Heitor. Príamo leva o cadáver de seu filho de volta para a cidade, onde são prestadas as honras fúnebres de Heitor domador de cavalos. O resgate do cadáver mostra a outra face dos ritos fúnebres, aquela da bela morte. Na Odisseia vemos a importância de se reverenciar os mortos quando a alma de Anfimedon responde a alma de Agamenon dizendo: “Foi assim que perecemos, Agamenon, e nossos corpos ainda estão abandonados na grande casa de Ulisses. Nossos amigos ainda não sabem, ainda não foram lavar o sangue de nossas feridas e estender nossos corpos para serem chorados, que é a honra devida aos mortos”. A glória do herói era alcançada ao receber as honras fúnebres dos seus entes queridos, do seu povo, o fogo que lhe era devido. Desse modo, concluímos que nas obras de Homero havia uma preocupação acerca dos cuidados com os mortos. Havia todo um ritual, um túmulo era erguido para glorificar a memória do morto e quando não se cumpriam os ritos