Comparando a tradução do poema de Bishop
Comparando a tradução do poema de Bishop
O trabalho se propõe a analisar “The Burglar of Babylon” de Elizabeth Bishop em comparação com “O Ladrão da Babilônia”, tradução realizada por Paulo Henriques
Britto.
Neste poema, várias imagens do Brasil são apresentadas, mas principalmente as das favelas do Rio de Janeiro e seus moradores, imigrantes de várias partes do país.
O poema é escrito em forma de balada, forma de canção narrativa, que era preservada e transmitida oralmente, focalizando um episódio ou situação. É contado em primeira pessoa, representando a voz do povo.
No Rio de Janeiro, esse morro é o local para onde se dirigem aqueles que, como
Micuçu, buscam uma vida melhor, segurança e emprego, uma tia, enfim, mas acabam por encontrar desintegração, morte e desgraça.
Paulo Henriques Britto capta a mensagem do poema em sua tradução fazendo-o ao mesmo tempo tradicionalmente formal — estrofes com o mesmo número de linhas, rimas bem feitas e métrica repetitiva. Sua atitude é a de naturalizar o texto traduzido, amenizando-o, modificando-o e assim tornando-o mais próximo da cultura brasileira, receptora do texto.
Como na língua inglesa são distintas as formas de linguagem escrita e falada e no português não existe um registro aceitável para a reprodução da fala, os tradutores têm de desenvolver estratégias para amenizar o texto, aproximando-o dessa. Neste poema, o tradutor usa marcas de oralidade que exercem a mesma função da balada, que narra, com linguagem simples e fluente, como uma canção.
Uma dessas marcas, recorrente em todo o poema, é a manutenção, e não a eliminação, do pronome sujeito, que seria própria do português padrão.
O exemplo abaixo ilustra esse procedimento:
They said, "He'll go to his auntie,
Who raised him like a son.
She has a little drink shop
On the hill of Babylon."
Disseram: "Ele vai atrás da tia,
Que criou o sem-vergonha.
Ela tem uma birosca
No morro da