Como pode a pergunta ser a solução

Como pode a pergunta ser a solução? O Homem evoluiu ao longo dos tempos, tanto física como intelectualmente. No entanto, esta evolução não foi igual à dos outros seres vivos uma vez que o Homem é um ser racional. O que lhe confere esta racionalidade é o facto de ter a capacidade, o poder de pensar. É esta inquietação, esta procura pelo saber, esta curiosidade insaciável que levou o Homem a questionar-se sobre si e sobre o mundo à sua volta. Resta-nos saber se será esta a solução. Efectivamente, foi esta característica do Homem de querer saber, de se questionar e de querer desmistificar o mundo, que levou à sua evolução intelectual. Foi esta eterna e constante procura de respostas que levou à evolução das artes, da tecnologia, da ciência e da literatura. Mas terá obtido resposta para todas as suas questões? Por exemplo, no séc. XV, pensava-se que o mundo era plano, que no oceano existiam criaturas monstruosas capazes de engolir navios e que existiam sereias capazes de enfeitiçar os marinheiros. No entanto, com o início dos descobrimentos marítimos e com a sua característica inquiridora, o Homem provou o contrário. Passámos a conhecer melhor o mundo, abrimos horizontes, exploramos outros locais e culturas. Tudo isto só foi possível porque alguém se questionou sobre o que haveria para além da linha do horizonte. Por outro lado, há perguntas para as quais o Homem ainda não tem resposta e, nestes casos, é óbvio que a pergunta não é a solução, a solução para esta inquietação, esta sede de saber. Pelo contrário. Leva-nos a uma sucessão de sentimentos como frustração, ansiedade, revolta e desilusão. É uma sensação de dúvida que se pode prolongar durante toda a vida conduzindo-nos a um beco sem saída. Por exemplo, muitos foram os cientistas e filósofos que, ao longo dos séculos, tentaram responder a perguntas como “Por que há algo em vez de nada?” , “ O nosso universo é real?” e “Quem somos?”. Porém, nunca ninguém chegou a uma resposta consensual.