Como eu ensino: Sistema de Escrita Alfabética – Artur Gomes de Moraes
Maisa Filomena Florencio
Data: 09/07/2014
Como eu ensino: Sistema de Escrita Alfabética – Artur Gomes de Moraes
O autor expõe e analisa os métodos, processos e técnicas de alfabetização nas seis últimas décadas e considera que as teorias construtivistas, especialmente a psicogênese da língua escrita, são as que mais amplamente explicam os processos de alfabetização. No entanto, pondera que a compreensão superficial dessa teoria, muitas vezes entendida como uma didática, tem gerado alguns equívocos. O entendimento de que os alunos constroem esse conhecimento de forma natural e espontânea, lendo e produzindo textos, que levou ao abandono do ensino explícito do sistema de escrita alfabética, é um desses equívocos.
Com relação a esse último aspecto, o autor considera, entretanto, fundamental o desenvolvimento da consciência fonológica, entendida como um conjunto de habilidades, e sugere algumas atividades práticas para desenvolvê-la, como jogos e o trabalho com textos poéticos de tradição popular. Reconhecer a necessidade do ensino sistemático da notação alfabética não significa, porém, para Artur Morais, propor a recuperação de antigas metodologias, que consideram a escrita como código, nem defender o uso de textos sem sentido, escolhidos pelas sílabas e letras que as crianças precisam aprender, tampouco se bater pela utilização de métodos fônicos que trabalham a consciência dos fonemas.
Segundo o autor, Emília Ferreiro nega o papel da consciência fonológica como requisito para a criança alcançar a escrita silábica. Moraes, contesta e analisa as diversas fases descritas por Ferreiro, identificando a presença de análises fonológicas em manifestações de escritas espontâneas, isto é, não convencionais de crianças.
Neste primeiro capítulo, apoiando-se em Magda Soares, Artur Morais defende a necessidade de reinventarmos a alfabetização e propõe, um ensino em que as crianças reflitam sobre a dimensão sonora e