Como avaliar o painel de hemácias
A transfusão é um evento que acarreta tanto benefícios, quanto riscos ao receptor.
Dentre os riscos, a reação transfusional é qualquer intercorrência resultante da transfusão sanguínea, durante ou após sua administração (WENDEL et al, 2005).
Pacientes politransfundidos freqüentemente desenvolvem aloanticorpos
Pelo fato dos antígenos de grupos sanguíneos estarem presentes na parte externa da membrana eritrocitária, eles são extremamente importantes na medicina transfusional, uma vez que a ausência de um antígeno pode levar a aloimunização de um indivíduo após transfusão de hemácias com o respectivo antígeno e aumentar seu risco transfusional nas transfusões subseqüentes. Este efeito indesejável é classificado como reação transfusional.
Pacientes que recebem transfusão de sangue e componentes sanguíneos podem desenvolver anticorpos a uma centena de antígenos eritrocitários. Estes pacientes podem apresentar reações transfusionais hemolíticas imediatas ou tardias, com destruição intra/extravascular das hemácias, devido a anticorpos regulares (ex.
ABO) ou irregulares não detectados em testes pré-transfusionais.
O risco de aloimunização é de aproximadamente 1% por unidade transfundida.
Os anticorpos irregulares ocorrem em aproximadamente em até 3,0 % dos pacientes de um hospital geral. Mas em determinados pacientes, este risco é maior, estimado em: (ISSIT, 1999).
Politransfundidos: 7-10%
Falciformes: 6- 36%
Talassêmicos: 3-10%
Podem ser encontrados no soro/plasma dos indivíduos ou ligados à membrana eritrocitária. Ocorrem principalmente por sensibilização após transfusão, gestação, ou ainda, podem ser de ocorrência natural.
Reação Transfusional Hemolítica (RTH):
O efeito imune indesejável mais grave diretamente associado às transfusões é aquele que resulta em hemólise do sangue transfundido, devido a anticorpos préformados presentes no plasma do receptor. A hemólise pode ser imediata (intra ou extravascular) ou tardia (extravascular).