comer, rezar , amar
JOSÉ ANTONIO ZECHIN
Sem julgamentos e com respeito, a propósito da tragédia que abateu Eduardo Campos, que se desdobrará ainda em outros incalculáveis acontecimentos políticos e sociais no Brasil: você acha que é possível estar preparado para tudo nesta vida? Aprendi, numa frase bastante apropriada de Sérgio Rodrigues que “o inesperado é a forma silenciosa do destino se fazer presente”. Propício lembrar ainda o provérbio que ensina que “o homem põe, mas Deus dispõe”. Sim, podemos (e devemos) ter os nossos projetos de vida, mas sem esquecer que a palavra final é sempre de Deus. Claro, tem gente que pensa de maneira diferente, e eu respeito. Cada um deve ter seu próprio olhar sobre esta passagem terrena. Mas uma coisa é certa: somos todos mortais, sem escapatória.
Quanto cabe de nós dentro do curto intervalo dessa vida? E quanto de eternidade cabe em cada momento que vivemos? Meu pai se foi com 62 anos de idade e minha mãe com 87. Meu avô foi assassinado quando tinha 93 anos, ainda com muita vitalidade. Eles partiram naquelas idades certas e horas incertas, carregando com eles verdades e incertezas que encontraram por aqui. Idades tão disparatadas e imprevisíveis. E tantos outros que conheci já partiram desse mundo deixando para trás o que quase nem mais se sabe. Aqui fica o que nunca se sabe: quando iremos nós? Eu não poderei viver além do limite que Deus me permitir. Essa viagem, todos sabem, independe da idade. Depende sempre do destino ou que outro nome se possa dar ao que acontece a cada um de nós, sem controle algum. Porque vivemos desgarrados por aí, enfrentando as inevitáveis curvas e seus inesperados momentos. As surpresas da vida. Tudo tão frágil, tão passageiro. A vida é um filme sem roteiro. Embora muitos pensem que haja um script ou queiram escrever o seu. Tenho idade suficiente para entender que desempenhamos meros papéis nesta curta existência, sem nenhum controle e tantas surpresas a cada vez que dobramos uma esquina