Comer, rezar, amar.
“Às vezes perder o equilíbrio por amor faz parte de uma vida equilibrada”
Discutir a identidade como algo não fixo, equivale a desmitificar a ideia de centralidade identitária de um sujeito que vive em constante metamorfose. Por tanto, numa visão Lacaniana, a identidade é da ordem da ficção. Ou seja, é uma imagem estruturante para nosso projeto de subjetivação. Não está pronta, tampouco definida. O indivíduo, sendo o sujeito da falta, enquanto busca o objetivo perdido, vai construindo e, por consequência, moldando sua relação com o outro e consigo mesmo, instaurando na sua psique as variações identitárias que lhe são necessárias enquanto sujeito do desejo.
Em Comer, Rezar, Amar (2010), fica claro que mesmo o indivíduo sendo adulto, não lhe é obrigado ter uma identidade formada. Ou que esteja definida profissionalmente. Ser adulto para a sociedade implica em estar pronto para encarar os desafios impostos pela vida sem titubear, ou que se tenha aquisições que traçarão sua personalidade diferenciando o ser adulto do ser jovem. Logo, com aquisições definidas, entende-se que o indivíduo alcançou a maturidade.
Mas, então, a identidade não é formada. Não é da ordem cartesiana e, sim, dialética. Assim, afirmar que a maturidade advém desta concepção fixa, contradiz com a realidade. Não há ajustamento profissional que defina a maturidade, casamento ou paternidade que trace o amadurecer da vida adulta. Há de se pensar o conceito identidade-maturidade como a definição de Deleuze para as coisas não fixas: Rizomática.
A personagem Liz, interpretada pela atriz Julia Roberts, após passar por diversas frustrações afetivas, no que tange sua vida conjugal, abandona seu conforto nova iorquino para procurar entender seus conflitos internos e externos. Carregando consigo o fardo de um casamento falido, marcado por traições e desavenças mutuas, se depara com o medo de não seguir em frente com sua vida amorosa. Logo após o primeiro conflito, resolve dar uma