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Introdução
O debate que aqui se pretende tratar gira em torno da questão da mudança social na abordagem de três dos principais autores da sociologia clássica, a saber, Emile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A questão se coloca enquanto um debate devido às metodologias construídas por cada um deles para o tratamento daquilo que definimos aqui como objeto sociológico. Em termos gerais, a própria definição do objeto não coincide nas diferentes visões. Somente à título de exemplo, passemos rapidamente pelas definições dadas por cada um. Durkheim coloca como objeto da sociologia o fato social. “Fato social é toda maneira de atuar, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o individuo uma coerção exterior; ou ainda, que é geral na extensão de uma dada sociedade, conservando uma existência própria, independete de suas manifestações individuais” (DURKHEIM, 1998: 51) Assim sendo, um fato social se define por ser um elemento presente na sociedade mas que é exterior e coercitivo aos indivíduos que a compõem. Acontece independente da decisão de cada um isoladamente. Já para Max Weber, objeto da sociologia são os elementos típicos das relações que se estabelecem entre os indivíduos, as concatenações de suas ações e que são efetivamente os dados a serem analisados. Diferentemente de Durkheim, que observa elementos do coletivo, Weber olha os indivíduos e constrói, a partir de suas relações, os tipos ideais que são, primordialmente, os meios que o sociólogo usa para conhecer a realidade. Reconhecidamente, será sempre uma visão unilateral que confrontada com a realidade permite compreendê-la, assumindo assim uma função heurística.
“Uma ciência empírica não pode ensinar a ninguém o que deve fazer” (Weber, 1998: 85) “A validade objetiva de todo saber empírico baseia-se única e exclusivamente na ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas, no sentido específico de