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A relação que os homens estabelecem com a natureza para obter os recursos necessários para sua subsistência, desde os primórdios da humanidade, passou por um longo processo de transformação. A princípio, a própria natureza fornecia ao homem aquilo que ele necessitava para sobreviver, dessa forma, obtinha o que precisava sem o auxílio de outros. Depois, o homem descobriu suas ferramentas e, com elas, passou a extrair da natureza os produtos de que necessitavam e a criar novas necessidades a serem supridas da mesma forma e com o surgimento da propriedade privada e da troca, cada vez mais a divisão do trabalho se impôs no processo de produção e os homens passaram a depender uns dos outros para sobreviver.
Inicialmente, criou-se a especialidade na produção de um determinado produto, depois as próprias operações necessárias para a produção desse produto foram divididas entre os homens e, cada um, se especializou em tarefas cada vez mais específicas. O processo de divisão e especialização do trabalho e de introdução de novas tecnologias no processo produtivo trouxe consigo um grande paradoxo. Se, por um lado, as transformações ocorridas no processo produtivo permitiram aos homens dominar a natureza ao invés de serem dominados por ela, por outro lado, essas mesmas transformações os submeteram aos ditames do sistema de produção.
A noção de técnica pode ser compreendida com a visualização da relação que os homens estabelecem com a natureza. O que difere os homens dos outros animais é sua capacidade de estabelecerem planos; sua capacidade de traçarem, a priori, os caminhos e os meios para a consecução de determinado objetivo. À medida que o homem avança no tempo, novos conhecimentos são obtidos e novas tecnologias podem ser traçadas para atingir os mais diversos fins. Assim, qualquer atividade humana racionalmente planejada e colocada em prática com vistas a alcançar um determinado fim, não é outra coisa senão uma