Cognição
1. Bases Históricas da Terapia Cognitiva
Na década de 1950, nos Estados Unidos, os princípios Piagetianos da
Epistemotologia Genética e do Construtivismo eram conhecidos no mundo acadêmico, bem como a Psicologia dos Construtos Pessoais de Kelly. Além disso, devido à emergência das ciências cognitivas, o contexto da época já sinalizava uma transição generalizada para a perspectiva cognitiva de processamento de informação, com clínicos defendendo uma abordagem mais cognitiva aos transtornos emocionais.
Observou-se nessa época uma rara convergência entre psicanalistas e behavioristas em um ponto: sua insatisfação com os próprios modelos de depressão, respectivamente, o modelo psicanalítico da raiva retroflexa e o modelo behaviorista do condicionamento operante. Clínicos apontavam para a validade questionável desses modelos como modelos de depressão clínica.
Em decorrência, observou-se nas décadas de 1960 e 1970 um afastamento da psicanálise e do behaviorismo radical por vários de seus adeptos. Em 1962, Ellis, propôs sua Rational Emotive Therapy, ou Terapia Racional Emotiva, a primeira psicoterapia contemporânea com clara ênfase cognitiva, tomando os construtos cognitivos como base dos transtornos psicológicos. Behavioristas como Bandura,
Mahoney e Meichembaum publicaram importantes obras em que apontavam os processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação do comportamento, propondo a cognição como construto mediacional entre o ambiente e o comportamento, bem como estratégias cognitivas e comportamentais para intervenção sobre variáveis cognitivas. Martin Seligman, na mesma época, propôs sua Teoria do Desamparo
Aprendido, uma teoria essencialmente cognitiva, e suas revisões, como relevante para processos psicológicos na depressão.
Em 1977, é lançado o Journal of Cognitive Therapy and Research, o primeiro periódico a tratar de Terapia Cognitiva. Em 1985, a palavra “cognição” passa a ser aceita em