Coesão textual
Este trabalho tem por objetivo apresentar o conceito de coesão textual, seus mecanismos, conforme abordagem de Ingedore Grunfeld Villaça Koch, no livro a Coesão Textual. Mais a frente, veremos textos de Lima Barreto e Luiz Fernando Veríssimo e exemplos dos mecanismos de coesão e as referências.
2 - COESÃO TEXTUAL
Grupo de mecanismos cuja função é assinalar determinadas relações de sentido entre enunciados ou partes de enunciados, como, por exemplo:
Oposição ou contraste: mas, em (2) e (11); mesmo, em (2).
(2) Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores.
(11) E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...
Finalidade ou meta: para, em (3) e (11).
(3) E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de mandar nos outros.
(11) E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...
Consequência: foi assim que, em (4); e, em (7).
(4) Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência.
(7) Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
Localização temporal: até que, em (5).
(5) Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida.
Explicação ou justificativa: porque, em (9) e (10).
(9) E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem.
(10) Não havia passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas.
Adição de