Climatério
Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Neto
Professor Titular de Ginecologia - CCMB - PUCSP
Uma das situações em que a mulher costuma buscar o atendimento médico é o período da “passagem da idade”; nessa fase, denominada climatério, a intensidade dos sintomas associada à crença da necessidade de orientação médica, remete a mulher à procura de medicamentos e de respostas às dúvidas que a cercam. O termo climatério surgiu de palavra derivada do grego, “climakter”, que significa “ponto crítico da vida humana”. Foi usada pela primeira vez por Andrew Marvell e Sir Thomas Browne, escritores ingleses do século XVII, para indicar o estado crítico na vida de uma pessoa.
Aplica-se para a fase de transição entre o período de funcionamento pleno dos ovários e a parada na produção dos hormônios; dura muitos anos, iniciando-se em nossas mulheres por volta dos 40 anos e encerrando-se entre 60 a 65 anos, quando dará espaço à senilidade.
Diferente dos homens, cuja produção hormonal dos testículos se modifica com o envelhecimento, mas nunca se encerra; a interrupção do funcionamento dos ovários acontece porque as estruturas (folículos e corpo lúteo) que produzem os hormônios existem em número limitado para cada mulher, uma vez que foram desenvolvidas ainda quando essas mulheres estavam sendo geradas no útero de suas mães.
Na cultura ocidental o “mal-estar” que cerca esse período é interpretado na literatura médica como causador de inúmeras transformações metabólicas do organismo da mulher no climatério e por conseqüência, na senilidade. Os sintomas biológicos mais comuns dessa fase são: ondas de calor (fogachos), suores, dores de cabeça, tontura, insônia, sangramentos menstruais irregulares e progressiva atrofia com ressecamento da vagina. Além desses existem alguns sintomas psicológicos que podem ser resumidos como mudanças na estabilidade psíquica da mulher, fazendo