Clastres
A primeira teoria (lista em pré-história) seria de que a guerra é natural, biológica, se desenvolve na caça e é demonstração da agressividade humana. Clastres critica essa hipótese, pois não se pode fazer uma aproximação entre caça e guerra. A guerra não é biológica, é um dispositivo em certas sociedades primitivas. A segunda teoria seria uma impotência das sociedades primitivas que, por escassez, lutam pelas coisas. São razões econômicas dependentes do desenvolvimento tecnológico. Clastres também discorda dessa hipótese, pois não tem comprovações etnográficas. As sociedades primitivas são sociedades de abundancia e poderiam produzir em abundancia, mas elas preferem trabalhar somente o necessário. A ordem política é contra a acumulação. Há um dispositivo contra a divisão da sociedade. Sociedades primitivas não são de subsistência, sua razão econômica não possibilita a existência do estado, não são sociedades da ausência. A terceira teoria seria a de Maus e Strauss, a guerra é a consequência de um comércio mal desenvolvido. Portanto se a reciprocidade existisse, se funcionasse bem, não haveria guerra. Para Clastres, essa hipótese estaria certa, do ponto de vista lógico, mas o problema é que a guerra existe em todas as sociedades primitivas. Ou seja, essa existência da guerra parece questionar esse antídoto da reciprocidade. Essa hipótese só faz sentido se pensarmos a guerra como instituição universal nessas sociedades.
Contrapondo Hobbes, que dizia que a sociedade contra o Estado seria a sociedade da guerra de todos contra todos, logo a guerra seria alguma coisa que impediria o desenvolvido dessas sociedades, Clastres vai dizer