O poema “Não te amo” do autor Almeida Garret realça a idéia de sentimentalismo, de tema amoroso, e é construído a partir de uma contradição inicial, que se repete e se desdobra, revelando a existência de um drama amoroso. É uma confissão subentendida da impossibilidade de amar, que se instala em um conflito entre o amor e o querer, conduzindo o eu-lírico à dor, à sofridão (característica típica da Era Romântica). O sentimento amoroso é encarado como algo carnal, transitório, que não chega ao coração, mas que machuca, que devora. Como podemos perceber nos seguintes trechos:“Não te amo, quero-te: o amor é vida./ E a vida – nem sentida/ A trago eu já comigo/ De um querer bruto e fero/ Que o sangue me devora,/ Não chega ao coração.” Na estrofe “Não te amo. És bela, e eu não te amo, ó bela./ Quem ama a aziaga estrela/ Que lhe luz na má hora/ Da sua perdição?”, a mulher evocada pelo eu-lírico é comparada a uma aziaga estrela, ou seja, conduz a má sorte e fascina, hipnotiza ao mesmo tempo. Caracterizando os descompassos, as contradições do Romantismo. Ao contrário do que é visto no poema, a música “Amor e Sexo” dos compositores Rita Lee, Roberto de Carvalho e Arnaldo Jabor evidencia que tanto o amor quanto o sexo são possíveis, porém apresenta significados distintos como: “O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. Amor é a lei. Sexo é a transgressão. Amor precisa do medo, do desassossego. Sexo precisa da novidade, da surpresa. O grande amor só se sente na perda. O grande sexo sente-se na tomada de poder. O sexo vem antes. O amor vem depois. No amor, perdemos a cabeça, deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. O amor precisa do pensamento. No sexo, o pensamento atrapalha. Amor é literatura. Sexo é cinema.” Durante o Romantismo, a literatura vive a “apoteose do sentimento”. Para os escritores românticos, tudo é pessoal e o poema é o espaço para a expressão de seu estado de alma e das emoções que o dominam. O mesmo ocorreu com os autores da