Ciências, tecnologia e sociedade
O autor apresenta o enfoque CTS, numa abordagem Paulo Freire e relata que esse enfoque é mais intenso no hemisfério norte, e no Brasil constitui-se algo em emergência, Auler (2002, 1), cuja justificativa se dá pelas iniciativas ainda incipientes, muitas vezes isoladas, não traduzidas em programas institucionais. Segundo Auler (1998), constatou-se que não há uma compreensão e um discurso consensual quanto aos objetivos, conteúdos, abrangência e modalidades de implementação.
Esse artigo busca apresentar configurações curriculares relacionadas a problemas contemporâneos, com o intuito de abordar situações que sejam inerentes à reformulação curricular como proposta voltada para uma aprendizagem participativa e construtivista, em que o professor deixa de ser consumidor e passa a ser “fazedores” de currículos.
O texto aborda os objetivos da educação CTS, os quais buscam promover o interesse dos estudantes em relacionar a ciência com aspectos tecnológicos e sociais; discutir as implicações sociais e éticas relacionadas ao uso da ciência-tecnologia (CT); adquirir uma compreensão da natureza da ciência e do trabalho científico; formar cidadãos científica e tecnologicamente alfabetizados capazes de tomar decisões informadas e desenvolver o pensamento crítico e a independência intelectual (AIKENHEAD, 1987; YAGER e TAMIR, 1993; WAKS, 1994; ACEVEDO DÍAZ, 1995; CAAMAÑO, 1995).
Auler apresenta três dimensões de grande relevância ao se deparar com as tentativas de sistematização e delimitações quanto ao enfoque CTS no Brasil e defende a necessidade de mudanças profundas no campo curricular, cuja situação, pode-se dizer que desenvolvido a partir da práxis educacional resultante da aproximação entre os pressupostos de Paulo Freire (AULER, 2007) e os encaminhamentos dados no enfoque CTS, em respeito às três dimensões: abordagem de temas de relevância social;