ciência Positiva
A resposta dessa pergunta passa pela compreensão conceitual implicada à filosofia. E nisso já um problema. Mas é um problema bem vindo para a pretensão desse artigo. Conforme será demonstrado, a dificuldade em garantir definitivamente o que seja a filosofia será o escopo pelo qual está fundamentada a afirmação acabada e consensuada da ciência positiva. Para demonstrar a dificuldade de consenso conceitual e definitivo sobre a filosofia, apresentaremos os trabalhos de REALE & ANTISERI e PAULI. Em seguida, contextualizaremos o surgimento da ciência na modernidade através do seu rompimento com a filosofia. Desse modo, teremos garantido condições de explicitar tanto o conceito quanto as origens históricas e elementares da ciência positiva.
Para PAULI (1), a definição conceitual de filosofia perpassa dois sentidos. Uma definição nominal e, outro real. Em ambos há a equivalência do caráter abstrato da filosofia. Ou seja, impossibilitada de uma demonstração direta na experiência, a filosofia busca afirmar-se na linguagem como seu único e seguro meio de representação exterior. Na definição nominal, filosofia significa amor à sabedoria e o filósofo é o amante da sabedoria. Segundo a tradição, o criador do termo “filo-sofia” foi Pitágoras. Embora não seja historicamente assegurado, é correto seu aceite. Nesse sentido, escrevem REALE e ANTISERI: “o termo certamente foi cunhado por um espírito religioso que pressupunha só ser possível aos deuses uma Sofia (“sabedoria”) a posse total do verdadeiro (...) é um amor nunca saciado pela sabedoria, de onde advêm, justamente, “filo-sofia”, ou seja, “amor pela sabedoria” (2). Acredita-se que os gregos houvessem denominado de sábio (sofós) cuja forma abstrata Sofia (de sabedoria) os primeiros filósofos. Posteriormente por modéstia, o pesquisador ter-se-ia dito a si mesmo “amigo da sabedoria” (no grego fílos tês sofías), de onde finalmente filosofia e filósofo.
Em função do objeto da filosofia, continua PAULI,