Ciência Política
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APRESENTAÇÃO > Em Marx, o pensamento do séc XIX realiza a sua variante mais radical de combinação entre uma teoria da sociedade (e da eco¬nomia) e uma teoria da revolução. Como Stuart Mill no campo liberal, Marx pode ser considerado, no campo do pensamento socialista, tanto um teórico da política quanto um economista e um sociólogo. Embora sua teoria da política tenha um desenvolvimento menor (O capital é, sem dúvida, mais importante do que O 18 Brumário de Luís Bonaparte ou do que O manifesto comunista), pode-se afir¬mar que a inquietação política atravessa o conjunto da obra de Marx. Deste modo, as anotações que Marx deixou a respeito da política ganham, no conjunto da sua obra, um relevo muito maior do que fariam supor a sua condição de escritos de circunstância. É que a ideia de revolução, ao invés de desdobramento no campo do pensamento político de uma ciência da economia e de uma sociolo¬gia, está no próprio cerne de sua visão da sociedade moderna. A propensão que já vimos nos pensadores dos sécs XVI, XVII e XVIII, de ligar uma concepção da política a uma concepção do homem e da sociedade em geral, reaparece nos grandes pensadores da política do séc XIX. Em Marx, esta tendência é levada ao seu ponto mais completo. Como em nosso volume anterior, sobre os sécs XVI, XVII e XVIII, cada um dos pensadores aqui reunidos é apresentado por um professor (ou professora) com ampla experiência didática no tema e, em diversos casos, com obra publicada a respeito. Os capí¬tulos deste volume constam, assim, de duas partes, a primeira con¬tendo o texto do apresentador (ou apresentadora) e a segunda, tre¬chos selecionados do clássico de que se trate. Burke é apresentado por Maria D’Alva Gil Kinzo, Kant por Regis de Castro Andrade, Hegel por Gildo Marçal Brandão, Tocqueville por Célia Galvão Quirino, Stuart Mill por Elizabeth Balbachevsky e Marx por Fran¬cisco C. Weffort. Todos os apresentadores (e apresentadoras) men¬cionados são professores do Departamento de Ciência Política