Civilização do nilo
PINSK. J. ... As Primeiras Civilizações. Os hebreus. São Paulo: Atual. 1994. p. 53-64
O segredo da Civilização egípcia não é etéreo, nem líquido, muito menos um presente da natureza. È humano e tem um nome: felá (como se chamava no Egito o camponês)
O Nilo oferece condições potenciais, que foram aproveitadas pela força de trabalho dos camponeses egípcios – os felás -, organizados por um poder central, no período faraônico. Trabalho e organização foram, pois ingredientes principais da civilização egípcia. O rio ao mesmo tempo em que fertilizava, inundava. A cheia atingia de modo violento as regiões ribeirinhas e parcamente as mais distantes. Era necessário organizar a distribuição de águas de forma mais ampla, para se poderem evitar alagados ou pântanos em algumas áreas e terrenos secos em outras. A solução foi o trabalho coletivo e solidário, intenso e organizado.
A Civilização egípcia começa a ser montada com o trabalho organizado a partir de condições geográficas favoráveis. Mas a civilização não é uma dádiva dessa condição geográfica, do Nilo, uma vez que surge quando o homem atua, modificando e dominando a natureza.
O Egito tem no delta uma região rica e densamente povoada, próxima ao mar, sendo o vale uma região mais isolada, que depende essencialmente do rio como única forma de comunicação entre as aldeias distantes.
A enorme duração da civilização egípcia fez com que vivesse durante muito tempo à sombra das pirâmides seculares. As grandes pirâmides datam, efetivamente, do Antigo Império egípcio.
Cercado de desertos por quase todos os lados, O Egito Antigo manteve, através de toda sua existência, algumas características que emergem de diversidade produzida ao longo de milênios.
O felá dominado material e ideologicamente pela estrutura de poder, temia igualmente a lança do soldado, a maldição do sacerdote e os impostos e taxas arrecadados pelos escribas. Nenhum invasor quis modificar essa força de trabalho civil e mansa. Isso