Cisalhamento
A resistência ao cisalhamento do solo pode ser expressa pela equação de Coulomb (t = c + s tg f), que define a envoltória de resistência ao cisalhamento do solo. Nessa equação, os parâmetros c e f representam, respectivamente, o intercepto de coesão entre as partículas do solo e o ângulo de atrito interno. Esses parâmetros são características intrínsecas do solo, pois são dependentes de outras propriedades e características deste, como textura, estrutura, teor de matéria orgânica, densidade do solo, mineralogia e conteúdo de água (Lebert & Horn, 1991; Schjonning, 1991; Zhang, 1994; Rocha et al., 2002).
Para solos agregados, a envoltória de resistência ao cisalhamento do solo pode ser dividida em dois segmentos, com declividades e interceptos diferentes, estando isso, segundo Lebert & Horn (1991), relacionado à resistência dos agregados do solo. Assim, numa faixa de cargas normais menores, haveria uma primeira envoltória mais inclinada e com intercepto menor, que representaria a envoltória de ruptura definida pelo atrito e coesão interagregados (maior atrito e menor coesão), ao passo que a segunda envoltória, em uma faixa de cargas normais maiores, seria definida pelo atrito e coesão intra-agregados (menor atrito e maior coesão). O atrito e a coesão intra-agregados só se manifestariam quando os agregados fossem rompidos, ou seja, quando se empregassem tensões normais maiores que a resistência dos agregados. Carpenedo (1994) observou esse comportamento quando