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Condutas em enfermaria de clínica médica de hospital de média complexidade - Parte 1 Capítulo VIII
racional antimicrobianos Uso racional de antimicrobianos
Rational use of antimicrobials
Letícia M. Mota1, Fernando C. Vilar2,4, Larissa B. A. Dias3, Tiago F. Nunes3,4, Julio C. Moriguti5
RESUMO A administração inadequada de antimicrobianos é capaz de comprometer a resposta clínica do paciente, aumentar custos com internação e contribuir para o surgimento de bactérias multirresistentes. Nesse contexto, o uso racional de antimicrobianos é benéfico para o paciente infectado e também para a instituição de saúde. A indicação desta classe de drogas deve levar em conta o hospedeiro, o agente infeccioso e o antimicrobiano propriamente dito. Assim, sua utilização deve ser baseada no conhecimento dos conceitos de colonização, contaminação e infecção, noções de microbiologia clínica, coleta de culturas, microbiota habitual do corpo humano, e mecanismos, espectro de ação, farmacocinética, farmacodinâmica e efeitos colaterais dos antimicrobianos. A revisão desses tópicos procura fornecer subsídios para escolha do antimicrobiano mais adequado para o tipo de infecção, tempo de tratamento previsto, critérios de falha e resposta clínica à droga prescrita, além de nortear possível troca de terapia ao longo do tratamento. Palavras-chave: Agentes Antibacterianos. Antibióticos. Uso de Medicamentos.
Introdução
Os antimicrobianos são substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre microorganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição. É a segunda classe de droga mais utilizada sendo responsável por 20 a 50% das despesas hospitalares.1 É prescrita em larga escala em atendimentos ambulatoriais e também como automedicação.2 Esta ampla utilização de antimicrobianos pode afetar de forma significativa não somente a microbiota do paciente que o utiliza, mas também a ecologia microbiana dos outros pacientes.3
O organismo humano é