Cinema novo
2011.1
1 INÍCIO E INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO CINEMA NOVO
Na virada dos anos 50 para os anos 60 o mundo está em ebulição, a juventude passa a ter voz através do rock, a propagação da pílula anticoncepcional que faz uma verdadeira revolução sexual e impacta diretamente no modelo de família vigente na época, estouram os movimentos sociais e de direitos humanos.
No Brasil, o país vive uma onda desenvolvimentista criada pelo presidente Juscelino Kubitschek, o ‘milagre econômico’. Em meio a esses acontecimentos, jovens de várias partes do país começam a discutir e a pensar uma nova forma de cinema. Esses jovens, influenciados tanto pela maneira de realizar cinema no Neo-realismo italiano, assim como pelo movimento Nouvelle Vague e o seu cinema autoral, vislumbram um cinema diferente, um jeito de filmar temáticas que fossem próprias da realidade brasileira e da América Latina. Contrapondo-se totalmente o cinema artificial, que imitava a estética hollywoodiana e era produzida pelos estúdios da Vera Cruz.
Essa juventude estava impregnada pelos movimentos políticos e sociais que borbulham no final da década de 50, pertenciam a UNE e tinham em comum o interesse pela cultura brasileira e principalmente pelo cinema, muitos participavam de cineclubes e escreviam críticas cinematográficas em jornais. Como na Nouvelle Vague começaram como cinéfilos, tornaram-se críticos e decidiram fazer seus próprios filmes.
Neste período, na Bahia, já existia um movimento de produção cinematográfica que apresentava essas características de inovação na linguagem e foco em temáticas sociais. São os longas metragens A Grande Feira, de Roberto Pires, Bahia de Todos os Santos, de Trigueirinho Neto e Barravento, de Glauber Rocha. Nesses filmes, principalmente no primeiro longa de Glauber, já existiam elementos que iriam permear a primeira fase do Cinema Novo como a escravidão, violência e misticismo religioso. Já era presente nestas obras a necessidade de expor para sociedade