Cinco lições da psicologia crítica
O objeto de estudo da psicanálise já é extremamente controverso: a mente, e não bastasse ter um objeto de estudo tão “polêmico” a psicanálise também é preferencialmente criticada por muitos leigos em função de seus recursos de estudo utilizados (métodos de introspecção, conseguida, por exemplo, pela prática da hipnose) e resultantes deles suas prováveis deduções acerca dos fenômenos observados. Um ponto tentador para uma possível “briga intelectual” seria na própria crença de um sujeito governante e, por isso, dotado de consciência, ainda que no conteúdo mental habitasse níveis de inconsciência os quais influenciariam grandemente nas ações do indivíduo. Em função dessa capacidade “especial”, Freud entendia a mente como sendo o espaço de estudo ideal para a compreensão do comportamento, mas os Behavioristas (pelo menos os do início do movimento behaviorista), ao contrário, não deram crédito ao estudo da mente em si, justamente pelo seu caráter muito subjetivo, indo de encontro à objetividade buscada pela ainda incipiente ciência psicológica moderna. Outro ponto muito atrativo para iniciar discussões é o próprio conceito de inconsciência: haveria na mente um espaço, ordenação ou níveis de consciência (inconsciente, subconsciente, consciente)? É importante frisar isso, porque toda a teoria psicanalítica de Freud estabelece todas suas deduções com base nessa crença. Veja-se, por exemplo, os sintomas de histeria, os quais, segundo Freud, estariam ligados a traumas psíquicos guardados em “baús” mentais, e que por razões estranhíssimas se faziam revelar inesperadamente. Este conceito de níveis de consciência, mesmo não apresentando uma comprovação experimental de sua facticidade, evidenciou um elemento muito interessante à compreensão da ordem humana: a existência de fatores internos os quais influenciam substancialmente a ordem de nossas ações, sem que possamos controlá-las voluntariamente. E este