Ciganos como grupo social
Frederick Barth no seu texto “Grupos Étnicos e Suas Fronteiras” discorre basicamente sobre as diferenças culturais e as criações de fronteiras naturais e simbólicas. Conforme a visão do autor, o conceito de etnia dialoga diretamente com o conceito de organização dos grupos étnicos, tais categorias são para atribuição e identificação dos próprios indivíduos que além de se perdurarem biologicamente partilhem valores culturais fundamentais. Fazendo o próprio grupo se organizar para interação e categorização de si próprio.
Enfocando o grupo étnico dos ciganos, população europeia que se originou no noroeste da Índia, que se espalhou pelo mundo e compõe uma parte estimável da população brasileira. Mesmo altamente miscigenados não abandonam seus costumes e crenças. Através de um estudo genético português foi confirmado o que estudos antropológicos e linguistas já previam, não há uma marca genética associável a este povo eles se categorizam simbolicamente. Através de algumas pesquisas foi possível confirmar a abordagem de Barth com relação à superficialidade em que os estudos antropológicos se dão sobre os grupos étnicos, em muitos textos os ciganos são apenas caracterizados por suas vestimentas, costumes ou língua e não pela sua simbologia e auto definição como seres de mundo. É impossível defini-los somente a partir do nomadismo, da leitura de mãos ou do uso de saias longas. Os ciganos estão em constante fluxo cultural e o que eles definem como marcadores de sua identidade são altamente variáveis. Sob a visão de Barth, grupos como esse não deve ser enfocados de maneira primária, pois seria o mesmo que ignorar o grau de complexidade existente no grupo. Para o autor a fronteira simbólica dever ser o foco dos estudos antropológicos procurar entender como este grupo se “enxerga”, e não optar por dimensões já prontas e estereotipadas. Na