Ciencias Morais e religiosas
O Sagrado
Definição do Sagrado
Na sua acepção mais própria, o termo “sagrado” significa “aquilo que pertence a uma ordem de coisas separada, reservada, inviolável; que deve ser objeto de respeito religioso da parte de um grupo de crentes”. É o oposto de profano. Quanto ao uso do termo, sua extensão é indefinida; aplica-se a lugares (o lugar sagrado, como, por exemplo os templos, os santuários naturais, as igrejas, etc.), a períodos de tempo, a ações, a pessoas, a textos narrados, pronunciados ou escritos, a imagens, a espetáculos, etc.
A transcendentalidade do sagrado
O sagrado é uma qualidade que assume sempre dois aspectos, um objetivo e um subjetivo. O aspecto objetivo é a força majestosa, maravilhosa, imponente, fascinante ou terrificante, própria dessa realidade; o aspecto subjetivo é a adoração, a reverência, o respeito, a submissão, da parte do homem.
A história ensina que a humanidade sempre deu muita atenção à qualidade do sagrado. Assírios, babilônios, egípcios, indianos, hititas, persas, gregos, romanos, chineses, incas, etc., todos atribuíram caráter sagrado a plantas, animais, coisas, lugares, pessoas, astros, a todos os principais eventos da vida humana e a todas as ações mais significativas realizadas pelo homem.
O sagrado é uma qualidade transcendental, tal como o verdadeiro, o bem, o belo, sito é, não está ligado, como as qualidades predicamentais, apenas a determinadas categorias de seres; ele se encontra em todos os entes. Aliás, pode-se dizer que o sagrado é um supertranscendental, pois supera todos os outros transcendentais. Ele não só acompanha todos os entes, mais vai além deles. Mais que uma marca do ente (como a bondade, a verdade, a beleza, o valor), a sacralidade é o ente mesmo enquanto se apresenta como símbolo, como monumento, como memória do Sagrado.
Percepção e representação do sagrado
A percepção do sagrado não é obra da razão, nem dos sentidos. A numinosidade (sacralidade) que emana