Cidadão ou homem livre?
Vivemos no tempo do descartável. O mercado exige uma circulação muito rápida dos produtos, sob pena de causarem prejuízo. Vivíamos num tempo de ditaduras, expostos a muitos aspectos autocráticos do socialismo real, quando surgiu a idéia da democracia como sendo o caminho para o aperfeiçoamento da sociedade, e que mais tarde seria substituída pela cidadania.
Vivemos sob regime democrático- conceito de forte conotação jurídico - política, através do qual se luta para aumentar os direitos dos indivíduos, aos quais também correspondem deveres.
Cidadania tornou-se sinônimo de liberdade, e cidadão é considerado o indivíduo que tem direitos e deveres das mais diversas ordens e que tem no Estado a garantia de que estes direitos e deveres terão uma existência efetiva.
Atualmente, não se pensa em buscar a origem dos conceitos, e investigar seu conteúdo construído ao longo do processo histórico. Ao invés disso utilizam-se os conceitos geralmente usados numa determinada época.
2. DESENVOLVIMENTO
3.1 A cidadania na ótica liberal
O ponto de partida da filosofia política clássica é de que “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, estando expresso na Declaração dos EUA em 1776, como também na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, na época da Revolução Francesa, em 1789, e em 1948 na Declaração dos Direitos do Homem, da ONU.
Para efetivar esses direitos, a sociedade precisava organizar-se e escolher alguém capaz de garanti-los, precisava ter autoridade suficiente.
Ainda restavam resquícios da sociedade feudal, onde os escravos trabalhavam para um senhor, e disso acreditavam que tiravam o suficiente para sobreviver. Mas, com a ideia de liberdade por natureza ganharam uma poderosa força para vencer a desigualdade feudal. Começavam a surgir ideias para um desenvolvimento de igualdade, e os homens já eram sujeitos, cidadãos com direitos e deveres.
Mas por enquanto o que predominava era a posse de propriedade, e