cidade moderna
A residência urbana e semi-urbana do Brasil no início do século XIX parecia simples e rudimentar ao olhar europeu. Na cidade, era a casa térrea, de porta e janela, com sala, alcovas e varanda, ou o sobrado, de dois, três, quatro pavimentos, com loja, armazém. Haviam casa com telhados de duas ou de quatro águas, com telhas do tipo capa-canal e beirais a proteger as paredes das águas da chuva . A casa era erguida no alinhamento, sem recuo frontal ou lateral, a conformar ruas estreitas e tortuosas; a casa do “jardim-horta-pomar”, onde planta ornamentais apareciam misturadas a hortaliças e árvores frutíferas –
Com a chegada da Corte ao Rio de Janeiro e a difusão do neoclássico pela Missão
Artística Francesa, a residência urbana e semi-urbana do Brasil começa a se transformar. No interior do lote, para que os dormitórios recebessem iluminação e fossem melhor ventilados, estabeleceu-se o recuo de um ou de ambos os lados da construção; para garantir maior privacidade aos moradores, a casa afastou-se da rua, por meio do estabelecimento do recuo frontal – ideal para a implantação do jardim em frente à residência como elemento de valorização da arquitetura. Na fachada das novas residências ficou evidente a influência européia, em um primeiro momento, com os detalhes neoclássicos, em seguida, por meio do ecletismo e dapropagação de estilos variados. jardim ganhou cada vez mais importância no lote urbano ao se aproximar o fim do século, chegando em alguns casos a circundar a residência, apresentando um traçado de influência inglesa.
Transformações na casa e no jardim: do sobrado erguido no alinhamento ao palacete ajardinado Em São Paulo, nas primeiras décadas do século XIX, havia casas térreas e sobrados erguidos no alinhamento de ruas estreitas e