Vivemos em um país onde uma complexa trama de situações envolvendo os fatos da vida cotidiana, a forma de se ver e conhecer a realidade social em que existimos e, até mesmo, as relações que dentro dela se estabelecem, acabam por refletir nas condições de existência de todos os seus seguimentos. Por estamos inseridos em um mundo onde os desenvolvimentos técnico e tecnológico redimensionam as categorias de tempo e espaço, uma vez que a imediaticidade da informação, privilegia a conjunção e proximidade de sistemas diversos, em um único sistema global, favorecendo o aparecimento cada vez maior de mudanças drásticas e repentinas do conhecimento e das relações sociais. Tal realidade exige, portanto, a necessidade de uma constante atualização do conhecimento e de possíveis adaptações dos diversos seguimentos da sociedade, a fim de que se minimizem os impactos sociais negativos no seio da comunidade. Se esta situação, por um lado, permite benefícios e desenvolvimentos em favor da sociedade, por outro, constitui-se para parte desta, em fonte geradora dos mais diversos problemas, sejam eles de cunho social, político ou econômico. Voltando-se para a realidade brasileira, há que se perceber que as mudanças ocorridas nos últimos cinqüenta anos em nossa pátria fizeram emergir um tema de ampla discussão e profundas implicações sociais, chamado: cidadania. Trata-se de um conceito amplo, de caráter simbólico, uma vez que representa valores e/ou idéias socialmente estabelecidas através de uma relação de intermediação entre estado e indivíduos, caracterizando-se pela estreita ligação com a condição de existência do indivíduo e sua identidade junto ao estado, onde as condições econômicas, sociais e políticas da sociedade são princípios definidores dessa relação. O que significa dizer que, embora um conceito de caráter simbólico, tal condição não pode ser tratada ou vista somente por este viés, a partir de um conjunto de conceitos filosóficos ou