Cidadania cultural
Júnio Santos
Eu vim da cratera norte
Pra defender
Nossos resquícios culturais (bis)
Defender nossos quintais
Feito lingüeta de fogo
Sobre lavas, sob lavras
Só pra manter
Nossos resquícios culturais (bis)
Na língua do cantado
Sanfona branca e baião
No cheiro do meu amor
Com a força Boi Barbatão!
São coisas que ainda restam
Por força do milharal
Rapadura, carne-seca, feijão verde
Plantados no meu quintal (bis)
Me dá vida que me basta
Me dá vida que me basta!
(Poema de Ray Lima )
A PALAVRA CULTURA
Cultura provém do latim medieval significando cultivo da terra.
Do verbo latino original COLO que é igual a cultivar, que juntando a cultum, forma a palavra CULTURA, que volto a dizer, no início era relativo ao cultivo da terra.
Sua transformação começa a partir da sabedoria acumulada no trato do ambiente natural e a experiência secular de pastores e agricultores acabaram conferindo ao termo cultura, o sentido de conhecimento intelectual, aplicado à ação transformadora do mundo. Por outro lado, podemos dizer que é a convicção do saber acumulado pela existência do trabalho que produz uma libertação de condicionamento.
ANTROPOLOGICAMENTE sabemos que “a cultura é o conjunto de experiências humanas adquiridas pelo contato social e acumuladas pelos povos através do tempo.
CONCEITOS
Os conceitos que iremos listar nos levarão, quem sabe, por caminhos diferentes, porém alcançando um fim comum. Assim vejamos:
Italo Calvino diz “quem somos nós? Quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras e imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras”.
Analisando o que disse Calvino, refletimos que na realidade brasileira atual, podemos sim, ser uma biblioteca, mas uma biblioteca de livros