Ciclos migratórios brasileiros
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Ciclos migratórios brasileiros Introdução: O Brasil ao longo de um século passou por diversos ciclos ou tendências migratórias, fruto da forte dinâmica social e econômica que o Brasil e o resto do mundo sofreu neste período. Só no período de 1880 e 1915 cerca de 2,9 milhões de emigrantes se instalaram no Brasil1. Não apenas isso, segundo outras estimativas, o Brasil teria perdido de seu total populacional entre 1 milhão ou 2 milhões e meio de pessoas apenas na década de 802. É importante citar também que ainda hoje é impossível encontrar um estudo preciso quanto ao volume migratório visto que a maior ocorrência de migração seja "para" ou "do" Brasil ocorre de forma ilegal ou clandestina e há grande dependência do interesse e eficiência dos órgãos estrangeiros para que se conclua esse tipo de estudo. Infelizmente os pesquisadores da área acabam recorrendo a dados pouco precisos. Outro ponto importante é notar que apenas recentemente o Brasil se preocupou em estudar com precisão esses dados, então dados anteriores aos anos 80 são muito inexatos e escassos. Correntes migratórias do início do século XX O início do século XX, embalado pela sanção da Lei Áurea foi marcado pela necessidade de mão de obra nas regiões agrícolas, principalmente em fazendas cafeeiras. Desde meado dos anos 1860 ocorreu uma corrente migratória de italianos e para o Brasil incentivados pelo governos italiano e alemão que haviam apenas recentemente passado pelo processo unificação causando um período economicamente e socialmente complicado para ambos os países. Os imigrantes italianos vinham financiados, inicialmente por fazendeiros (posteriormente essa responsabilidade foi sendo transferida aos órgãos governamentais) e se estabeleceram no sudeste e sul do país. Os imigrantes alemães se instalaram majoritariamente na região sul do país onde se tornaram colonos, sistema que priorizava a ocupação territorial3. Porém, não apenas para trabalhar em lavouras vieram os imigrantes, muitos