Choque circulatório
1. INTRODUÇÃO O termo “choc” (parada) foi utilizado pela primeira vez pelo médico francês Le Dran em 1743 para indicar colapso agudo após episódio traumático grave. Até final do século passado não houve evolução no entendimento e terapêutica desta situação clínica. Em 1891 foi registrada a introdução de solução salina intravenosa no choque hemorrágico e somente após 1942, a partir de modelo experimental desenvolvido por WIGGERS, novos conhecimentos sobre a fisiopatologia e terapêutica do choque foram adquiridos (HAUPTMAN & CHAUDRY, 1993). Síndrome de insuficiência circulatória aguda e colapso vascular agudo são também denominações usuais para esta complexa síndrome. Apesar dos avanços, ainda hoje muitos pontos importantes no entendimento da patogênese do choque continuam a nos desafiar.
2.DEFINIÇÃO DE CHOQUE “Estado clínico resultante de suprimento inadequado de oxigênio aos tecidos ou inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o oxigênio aportado” (Di BARTOLA, 1992) e “que resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos órgãos” (MUIR, 1998). “Quadro de hipoperfusão disseminada de tecidos e células devido a redução do volume sangüíneo ou débito cardíaco ou redistribuição de sangue, resultando em um volume circulante efetivo inadequado” (COTRAN; KUMAR & ROBBINS, 1994). Choque pode ser entendido como um estado clínico de déficit circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular com as suas conseqüências.
3. CLASSIFICAÇÃO DE CHOQUE Vários esquemas baseados na participação de mecanismos fisiológicos e patológicos têm sido utilizados como base para a classificação dos diversos tipos de choque. As controvérsias relacionadas à classificação advém do fato que o choque
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Seminário apresentado na disciplina BIOQUÍMICA DO TECIDO ANIMAL do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,