Chinua Achebe
2009. 238 p.
Dante Duran Previatti de Souza1
O romance O mundo se despedaça, de Chinua Achebe, é um livro muito interessante. Os detalhes narrados pelo autor tornam essa obra riquíssima. Apesar de ser o primeiro romance do autor, o livro, que foi escrito em 1958 (dois anos antes da independência da Nigéria), foi traduzido para mais de quarenta línguas, e é indispensável para qualquer africanista. O fato de o autor contar apropriadamente da cultura e da ancestralidade Ibó (da qual é descendente) imprime ao livro um caráter histórico, além do literário.
O livro conta a história de Okonkwo, que, apesar de ter um pai (Unoka) preguiçoso e imprevidente, havia-se tornado um grande homem dentro de seu clã Umuófia. Fora um grande guerreiro, e ficou famoso aos dezoito anos, quando derrotou Amalinze (apelidado de “o Gato”, pois suas costas nunca haviam tocado o chão), depois de sete anos de invencibilidade. Seu clã era temido pelos outros ao seu redor, e todos evitavam entrar em guerra com ele.
Okonkwo era um agricultor esforçado e tinha três esposas. No decorrer do livro, o autor cita inúmeros traços da cultura Ibó, detalhando os costumes e a vivência dentro destas sociedades.
No quesito importância, Chinua Achebe está para os nigerianos como
Machado de Assis está para os brasileiros. É considerado por muitos como um dos maiores escritores do século XX. O autor nasceu em Ogidi, na Nigéria, em
1930. No fim da década de 1960, atuou como diplomata durante os conflitos entre o povo ibó e o governo nigeriano. Em 2002 foi presenteado, pela Feira de
Frankfurt, na Alemanha, com o Prêmio da Paz. Recebeu também, em 2007, o
Man Booker International, um dos prêmios mais importantes da literatura inglesa. Apesar de ter nascido dentro de uma família cristã protestante, Chinua
Achebe manteve suas raízes africanas em suas obras. Isso pode ser observado no romance em questão. Durante todo o