Resenha sobre o livro O MUNDO SE DESPEDAÇA - Chinua Achebe
“O Mundo se Despedaça” – Chinua Achebe
O romance do escritor nigeriano, Chinua Achebe, nos transporta no tempo e no espaço para uma cultura assentada em valores distintos do mundo ocidental branco, monoteísta, capitalista. Nos leva para a antiga ordem do mundo Ibo, uma época na qual os costumes tradicionais das sociedades pré-coloniais eram praticados livremente sem interferência dessa outra civilização. O livro retrata da trajetória do guerreiro Okonkwo, sua relação dentro da tribo Ibo, seus deuses, seus conflitos éticos e religiosos, sua economia solidária, porém, como diz Alberto da Costa e Silva “assentada em uma sociedade hierarquizada por um sistema de títulos gloriosos a que só tinham acesso os ricos e bem-sucedidos, e governada por um conjunto de regras cujo rigor e ferocidade ninguém podia escapar.” Okonkwo é um homem corajoso e trabalhador que conquistou o respeito de sua comunidade por sua bravura na guerra e dedicação na agricultura. O mundo de Okonkwo era um mundo de competição de muita religiosidade e de trabalho árduo. Um dos momentos tensos da obra acontece quando ele participa de um ritual sagrado, uma oferenda aos deuses de sua tribo, da vida do menino Ikemefuna, que o considerava como pai. O momento de exílio se dá quando em uma festividade, ele mata, em um acidente com sua arma, um habitante de seu clã. Como manda a tradição, ele tem que se retirar numa espécie de exílio por sete anos, e volta com suas esposas e filhos para a terra de sua mãe. Nesse ponto, começa a segunda parte do livro. Essa segunda parte aborda os sete anos de exílio de Okonkwo, sua chegada a Mbanta (terra de sua mãe), a recepção da sua família materna e os rumores sobre o homem branco. Começa-se a ouvir cada vez mais histórias da chegada de homens brancos, trazendo seu deus único e sua religião, seus missionários, suas armas, suas bicicletas (chamadas “cavalo de ferro”). O colonizador inglês encontrou nos excluídos, nos páreas, nas mães