chico buarque

258 palavras 2 páginas
O driblador

Cada vez mais gente gostava de Chico, que respondia com mais e melhores músicas e letras. Amadurecido no sofrimento, ele reagia ao sufoco e à repressão explodindo de criatividade, usando a linguagem como arma e arte, como truque e verdade ao mesmo tempo. Suas músicas iam e voltavam da Censura, cortadas, vetadas, proibidas: ou por subversão ou por corrupção. Palavras era negociadas, intenções eram investigadas, letras eram alteradas para que as músicas sobrevivessem. Por excessos de zelo, comicamente, muitas músicas que não tinham nada de metafóricas acabaram sendo proibidas.Por outro lado, desenvolveu-se o patético hábito de "ler" nas entrelinhas de tudo, mesmo do que não tinha nada, em busca de akguma coisa, algum protesto, alguma esperança. Chico se fingiu de morto. Mas maquinava uma vingança terrível, que humilharia pelo humor, que driblaria o autoritarismo e a repressão com talento e malandragem. Como Chico não podia gravar nenhuma música nova de sua autoriaa e precisava viver, cantar, fazer um disco, a sua saída foi a que lhe sugeriu a direção da Philips: fazer um disco cantando músicas de outros compositores. Era o melhor- talvez a única- alternativa ao silêncio que o regime queria lhe impor. Com a invenção de Julinho de Adelaide, Chico deu um drible na ditadura. Combateu se divertindo, criando esse personagem. Em pouco tempo, a identidade secreta de Julinho de Adelaide se espalhou pelos bares de Ipanema, Chico cresceu ainda mais como herói da resistência, foi chamado de "o nosso Errol Flynn" por Glauber Rocha e Julinho começou a correr perigo de vida.

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