A Filosofia da História é a reflexão sobre a natureza da história ou sobre o pensamento histórico. A expressão foi usada no século XVIII (por exemplo, por Voltaire) para referir o pensamento histórico crítico, que se opõe à mera colecção e repetição de histórias sobre o passado. Em Hegel, a expressão adquire o significado de história universal ou mundial. No Iluminismo, acreditava-se que a idade da superstição e da barbárie estava a ser progressivamente substituída pela ciência, pela razão e pela compreensão, atribuindo-se à história uma linha evolutiva de carácter moral. Sob a influência de Herder, Kant levou esta ideia mais longe, de tal modo que a filosofia da história se converteu na procura de um sistema grandioso sobre o desdobramento da evolução da natureza humana, testemunhado em fases sucessivas (o progresso da racionalidade ou do Espírito). Esta filosofia da história essencialmente especulativa encontrou um complemento extra-kantiano em Fichte, para quem a associação da mudança temporal com a implicação lógica introduz a ideia de que os próprios conceitos são o instrumento dinâmico da mudança histórica. Esta ideia só é imediatamente inteligível no quadro do idealismo absoluto, onde o mundo da natureza e do pensamento acabam por identificar-se. A obra de Herder, Kant, Fichte e Schelling foi sintetizada por Hegel: a história tem um enredo. Este consiste no desenvolvimento moral do homem, concebido como algo que é equivalente à liberdade no Estado; esta liberdade, por sua vez, consiste no desenvolvimento da autoconsciência do espírito, um processo de desenvolvimento lógico ou intelectual onde sucessivamente se atingem e superam vários momentos necessários na vida de um conceito. O método de Hegel atinge o seu melhor quando o assunto é a história das ideias, e quando a evolução do pensamento avança a par e passo com as oposições lógicas, e com a sua resolução apresentada pelos diversos sistemas de pensamento.