Charlot
Bernard Jean Jacques Charlot nasceu em Paris, em 1944. Formou-se em Filosofia em 1967 e, dois anos depois, foi lecionar Ciências da Educação na Universidade de Túnis, na Tunísia. De volta à França, em 1973, trabalhou por 14 anos na Ecole Normale, um instituto de formação de docentes. No período de 1987 a 2003, atuou como professor catedrático da Universidade de Paris 8, onde fundou a equipe de pesquisa Escol (Educação, Socialização e Comunidades Locais), voltada para a elaboração dos elementos básicos da teoria da relação com o saber. Após se aposentar, veio para o Brasil. Como professor-visitante da Universidade Federal de Mato Grosso, seguiu fazendo pesquisas até ser convidado para ser visitante na Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju. Desde 2006, é lá que coordena o grupo de pesquisas Educação e Contemporaneidade, engajado em delinear as relações com os saberes e explicitar de que forma os alunos se apropriam deles.
Palestra realizada com charlot:
Dentre tantas coisas que Charlot disse, compartilho aqui algumas das ideias que ele trouxe para discussão. Uma das coisas foi em relação ao sucesso das crianças das classes populares. Ele disse que essas crianças não necessariamente terão uma vida como a de seus pais. Disse que há uma posição social objetiva, mas há também o que as pessoas fazem em suas cabeças com essa posição social objetiva, porque existe também uma posição social subjetiva, e aí entra o papel da escola em mostrar possibilidades, caminhos, dar acesso à um outro mundo possível. Deu o exemplo de Luiz Inácio Lula da Silva (ex-presidente Lula), como uma pessoa que foi muito além de suas origens. Charlot deixou claro que sua abordagem é antropológica. Defende que o ser humano nasce incompleto, inacabado e que pela sua condição humana tem capacidade para criar o que precisa. O ser humano é humano, social e singular ao mesmo tempo. “Quanto mais social, mais sou eu mesmo, mais eu me desenvolvo enquanto singularidade”.
Diz ainda que