Cesariana
CESARIANA
A cesariana é definida como o nascimento do feto mediante incisão na parede abdominal e uterina, é uma das cirurgias abdominais mais comumente realizadas em mulheres no mundo todo. O Brasil, ao lado do Chile, Argentina e Itália, figura entre os quatro países com os maiores índices de cesariana. É um procedimento que data desde a antiguidade, mas que, nos últimos dois séculos, mudou muito em termos de indicações, objetivos, técnicas e consequências.
HISTORIA
De acordo com a mitologia grega, Apolo retirou Asclépio, deus da medicina, do ventre de sua mãe, Coronis, após ela ser morta pela deusa Ártemis. A lenda reflete o único objetivo da cesariana na antiguidade: retirar um feto vivo de uma mãe já morta. Isso era realizado como ultimo recurso para salvar a criança ou mesmo por motivos religiosos (para enterrar ou cremar a mãe e o filho separadamente); a Lex Regia, de Numa Pompilius (715-673 a.C.), posteriormente conhecida como Lex Cesarea, proibia que uma mulher grávida falecida fosse enterrada até que a criança fosse retirada do seu abdome (Lurie;Glezerman,2003). O primeiro caso relatado de sobrevivência tanto da mãe quanto do feto data de 1500 d.C., na Suíça.
A era da cesariana moderna iniciou quando Sänger, em 1882, recomendou fechar todas as incisões uterinas imediatamente após a cirurgia. No mesmo ano, Kehrer propôs o uso da incisão uterina transversal baixa, no nível do orifício interno, medida que somente veio ser popularizada por Monro Kerr, a partir de 1926. Por meio da combinação de anestesia, assepsia, sutura e da não interferência precoce no trabalho de parto, a mortalidade materna associada à cesariana reduziu drasticamente: no início século XIX, era de 65 a 75%; no final desse mesmo século, havia caído para 5 a 10% (Todman, 2007).Hoje a mortalidade materna relacionada à cesariana é estimada em 0,05%(Villar et al.,2007)
Não há duvida