Cerrado
Entretanto a ocupação acelerada e desordenada do bioma Cerrado teve início com a construção de Brasília e a adoção de uma política de expansão agrícola baseada num modelo de exploração fundamentalmente extrativista e, por vezes, predatório. A intensa ocupação por populações e atividades, até então inexistentes, vem transformando as paisagens do bioma e os modos de vida das populações tradicionais, causando impactos ambientais e sociais imensuráveis.
Um exemplo dos impactos refere-se às populações tradicionais, os indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, sertanejos e ribeirinhos, forçados a migrações constantes e atualmente confinados às Terras Indígenas ou áreas marginais, adaptando seus modos de vida a disponibilidade de recursos e aos conflitos locais.
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu com a ocupação humana. O desmatamento para a retirada de madeira e a produção de carvão foram as atividades que antecederam e viabilizaram a ocupação agropecuária no bioma, e que persistem até os dias de hoje. Estima-se que atualmente cerca de 37% da área do Cerrado já perderam sua vegetação natural.
Um relatório da organização não governamental (ONG) Conservação Internacional estima que 2,2 milhões de hectares de vegetação nativa do bioma Cerrado são perdidos anualmente e que se mantidas as tendências de ocupação e de perda da vegetação, o Cerrado será totalmente destruído em 2030.
A destruição do bioma Cerrado está causando a perda de variedades selvagens de cultivares que contêm variabilidade genética vital à seleção de características desejáveis. O cerrado é o centro de diversidade da mandioca,