cenário brasileiro
Certa vez um cidadão esbarrou sua axila na minha cabeça e poucos dias depois sofri uma queda capilar que nenhum estudo científico desvendou as causas, fui ao médico, ao homeopata, curandeiro e meu cabelo só foi crescer novamente após uma novena que rezei em Aparecida do Norte, o que me levou a crer que o suor daquele cidadão era uma espécie de despacho, quase um mutante. Se houver uma investigação, com certeza descobrirão que naquela época Drauzio Varella, Marcos Caruso e José Serra andavam de ônibus.
Também pudera! No início dos anos 90 a inflação era tão devastadora que a pessoa tinha que escolher entre estocar alimento tão logo recebesse o salário, comprar artigos para higiene pessoal ou apontar uma arma para a própria face e se desconectar permanentemente daquela toca de merda (apelido carinhoso do Estado maior cuja liderança destacava nomes como José Sarney de Araújo Costa, Fernando Collor de Mello e um monte de estrume que não raramente ainda são vistos trajando pele de cordeiros). Consequentemente, aqueles que utilizavam o transporte público eram dignos trabalhadores lutando arduamente para sobreviver a esse paradigma – passar fome e andar limpinho ou andar limpinho e passar fome? Pra você ver que nesta época o Brasil contrariava a matemática, provando que a ordem do fator altera sim o produto.
Por incrível que possa parecer, a turma do PT está morrendo de saudade